Circularidade
Detesto os cães a uivar
Como desdenho as touradas
E as bestas que por nadas
Galopam para atacar
A rua que não é minha
Não pertence a ser nenhum
Como o mundo que é só um
E só gira até ao fim da linha
Tive em tempos uma rua
De boas e más memórias
No tempo em que havia histórias
E mundos além da lua
Hoje tenho cães uivantes
E ponteiros a rodar
E vontade de os matar
E razões para os deixar
Com os seus olhares divagantes
Há horizontes nas mentes
Em tic-tacs circulares
De ideias solares e lunares
Que enchem de coisas os ares
Todas iguais e diferentes
Imagem de: Newsweek