A guerra
Não há eufemismos viáveis para a guerra
Onomatopeias para o zunir dos canhões
Metáforas para o solo vermelho ensopado
A terra aplanada de lama esmagada
As sombras e manchas nos edifícios
Tudo rebentado, tudo orifícios
Não há eufemismos, não há artifícios
E as vozes erguidas em dor e revolta
Enquanto os senhores ordenam espaços
Em amplos salões, com mapas e passos
E a gente resiste, e a gente persiste
E a cegueira entaipa o mundo de vendas
Nos mercados negros, cobiças e lendas
Quero crer que há poços não de combustível
Mas de enxofre quente, fundo e insensível
E que o choro e a raiva, hoje emudecidos
Temíveis correntes do mundo invisível
Calarão as vozes dos embrutecidos
Imagem de: US Money Reserve
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home