quinta-feira, fevereiro 28, 2019

Pegadas


O areal cobre-se de marcas em forquilha
Que a espuma varre no seu impressionismo
E, olhando o mar, olha-se o abismo
E, no interior do olhar, uma ténue ilha

Corre uma brisa, também varredora
Que desenha objetos aquém do horizonte
E os cardumes vagos vogam na fonte
Da musa esquecida em dias de outrora

O tempo ilumina e apaga e ilumina
A distância longa da náutica milha
E o clarão confuso numa nuvem fina

No fim, a moral do mural que trilha
É que cada dia se autodetermina
E o areal revela marcas em forquilha

Imagem de: The Independent

terça-feira, fevereiro 19, 2019

Full Circle


O sapiens sempre interpreta
O cinzento é azul
O azul é breve nuvem
A nuvem é tempestade
A tempestade é bonança
A bonança é uma festa
A festa é suma alegria
A alegria é excesso
O excesso é retrocesso
O retrocesso é esfumado
E o esfumado é cinzento
Pelo meio alaga o mundo
E faz das cidades sal

Imagem de: handmadeglasseyes.com
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