segunda-feira, maio 31, 2021

Circularidade


Detesto os cães a uivar
Como desdenho as touradas
E as bestas que por nadas
Galopam para atacar

A rua que não é minha
Não pertence a ser nenhum
Como o mundo que é só um
E só gira até ao fim da linha

Tive em tempos uma rua
De boas e más memórias
No tempo em que havia histórias
E mundos além da lua

Hoje tenho cães uivantes 
E ponteiros a rodar
E vontade de os matar
E razões para os deixar
Com os seus olhares divagantes

Há horizontes nas mentes
Em tic-tacs circulares
De ideias solares e lunares
Que enchem de coisas os ares
Todas iguais e diferentes

Imagem de: Newsweek

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