sábado, outubro 27, 2012

Parabéns, Benfica ;)

Bom, uma nota muito breve da parte de alguém que não se recorda de alguma vez ter focado a temática do futebol neste blog de poesia até ao momento...
Pretendo apenas enviar os meus parabéns sentidos a Luís Filipe Vieira e um muito obrigado a todos os sócios do Benfica que votaram massivamente na sua lista porque assim abriram caminho para mais derrotas dos encarnados (mas que maneira tão estranha de se dizer vermelhos!)  e mais vitórias do Futebol Clube do Porto. Sim, um obrigado sincero e votos de um futuro tão igual ao presente como ao passado ainda presente.

terça-feira, outubro 23, 2012

Respirações



Não é que a vida seja tão excelente
Mas quando os anos se acrescentam
E assistimos, intactos, aos que rebentam
Parece, ao menos, ganhar um tom diferente

É inútil lamentarmos o que seja
Cronometrarmos a aproximação
Do grande vazio, talvez a inação
Em todo o caso, nada que se anteveja

Vale a pena simplesmente acreditar?
Talvez sim, com mente de criança
Com a certeza, mais que a esperança
No Pai Natal e os monstros descartar

E bom, isto faz-me recordar
Certa vez, um velho amigo irritado
Por eu ter dito: "Respirar é complicado..."
Exclamando: “Pois eu adoro respirar!”

Imagem de: www.bodybyvichallengesite.com .

sábado, outubro 20, 2012

Manuel António Pina


Faleceu ontem, aos 68 anos de idade, o poeta Manuel António Pina, figura maior das letras portuguesas. Não o conheci pessoalmente, isto é, de falar, de conversar, não de ler ou de ver, pelo que não lhe vou dedicar uma elegia. Em lugar disso, dedicar-lhe-ei, supondo que não haja mal nisso, uma lindíssima elegia da sua própria autoria: Extrema-Unção. Com a saudade que merecem todos os que de algum modo a merecem...

Uma breve, amável mágoa à
flor dos olhos, um distante desapontamento,
morrias como se pedisses desculpa
por nos fazeres perder tempo.

Tinhas pressa mas não o mostravas,
receavas que não estivéssemos preparados,
e, suspenso sobre nós, esperavas
que disséssemos tudo, que fizéssemos o apropriado.

Morrer não é motivo de orgulho,
mas estavas cansado demais para te justificares.
Ainda por cima no mês de Julho,
com as férias marcadas, ausentes os familiares.

Tínhamos levado as crianças de casa,
feito os telefonemas, escolhido os dizeres.
O quarto fora arrumado, a cama mudada
com roupa lavada. Só faltava morreres.

8/1/01

Imagem de: www.vimeo.com

sábado, outubro 06, 2012

Bandeira de pernas para o ar



Bandeira de pernas para o ar
O caos, náusea, o vomitar
Os media a falar em fado
Os media a inventar ao lado
Presságios que o não são
O caos, a náusea, a canção
O bandido mascarado à solta
Planeia o bandido a volta
O caos, a náusea, a ausência
O nunca haver inocência
Bandeira virada às avessas
A turba pedindo meças
A choldra que abusa as desgraças
Que engole inteiras as massas
Fala-se em gorduras espessas
E estão todas nas cabeças

Imagem de:otempodascerejas2.blogspot.pt

quinta-feira, outubro 04, 2012

Politiquices

De modo muito breve, estava eu a almoçar muito pacatamente após uma manhã de trabalho, eu que sou português como os portugueses de que tanto se fala ultimamente, e fiquei fisicamente indisposto com o debate das moções de censura lançadas pelo PCP e Verdes (sendo que os Verdes não existem e que estão na AR à custa de decisões de secretaria; sendo, inclusive, que nem poderiam nunca existir tendo em conta as catástrofes ecológicas causadas propositadamente em diversas circunstâncias históricas pelos países do bloco de Leste, nomeadamente o grande suserano URSS), assim como pelo imparável Louçã (o que não consegue disfarçar a sensação de repelência quando tem que beijar populares durante as campanhas eleitorais). Poder-me-ão perguntar por que motivo me dei a essa circunstância não metafórica de ganhar uma indisposição gratuita... Porque tenho por hábito manter-me informado tão diretamente quanto possível e não exclusivamente pelas manchetes dos tablóides que nos pretendem governar insensatamente - como é, aliás, prerrogativa de qualquer tablóide.
Várias coisas me indispuseram... Por um lado, a má educação dos "uhhs" e dos insultos quase histéricos enquanto o ministro das Finanças falava. E diz a boa educação que não se interrompe um discurso, muito menos com "uhhs". Significa isso, para mim, que os deputados que o fazem têm manifesta falta de educação.
Por outro lado, a persistência no lançamento pseudodesportivo de epítetos insultuosos (a que eu garanto que responderia de forma muito cínica, mas são feitios...) e na ideia peregrina e anacrónica de que o facto de termos assistido a manifestações de rua com alguma dose de atos de vandalismo (o que ultrapassa o direito à indignação e à manifestação) tem algum tipo de significado profundo de revolução. Finalmente, a insistência em soluções que não podem realisticamente ser soluções, a ausência absoluta de uma atitude de união construtiva e do reconhecimento de que não se pode ter o que não se tem e que as coisas não surgem miraculosamente simplesmente porque as imaginamos ou as desejamos com muita força. Pergunto, aliás, onde estava toda esta verve durante a ditadura de José Sócrates...
Eu, que sou professor e tenho vindo a pagar (e assim continuarei) particularmente pelo desgoverno ideológico da classe política; eu, que tenho vindo a pagar com a noção de que as gerações presentes e futuras pagam comigo, ainda que não necessariamente com conhecimento das causas; eu tremo de ver a irracionalidade absoluta continuar a fazer tremer Portugal.
Cobram-nos a fatura de mais de 30 anos de politiquices. Se no início tinham graça, já a perderam há muito, principalmente quando nos deparamos duramente com os resultados totalmente previsíveis das mesmas. E como uma deputada do PSD (partido em que não voto e que é apelidado de extrema direita neoliberal - coisas que, aliás, não se coadunam nem política nem economicamente e demonstram, no seu uso simultâneo , mero fanatismo e ignorância; ou o fanatismo a cobrir de fumo e chamas que se pretendem alastrar a todo o país o conhecimento) afirmou, é a Troika (como já antes comentei, que estranho nome!) que paga àqueles deputados para lançarem as suas moções de censura que não poderão obter quaisquer resultados práticos por falta de votos. Politiquices e antipatriotismo, a história o dirá. Eu acrescento às palavras da supracitada deputada o que é óbvio, ainda que nas minhas próprias palavras: são os contribuintes quem paga àquela corja de inconfiáveis para clamarem as suas politiquices aos olhos de Portugal e do mundo. E seria bom que os censores (porque quem censura é censor, certo?) tivessem, pelo menos, essa tão fácil noção. Tendo em conta que alguém, do meio da sua fogueira de vaidades, se importasse, naturalmente...

Espaço, tempo, economia, etc.


Desconheço inteiramente o que o futuro me traz
Como não sei exatamente o passado e o presente
Fugaz

É bom, no entanto, projetar
À margem de teorias, projeções, conspirações
Por ser o que rima com viver
Independentemente do que possa significar...

Imagem de: msnbc.msn.com


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