quarta-feira, dezembro 24, 2008

Feliz Natal!




Aos meus caros leitores e leitoras permanentes, mais ou menos permanentes e ocasionais, os meus desejos de um Natal muito feliz! Abraços grandes do Jorge.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Mais um poema sobre o sol





O sol anda assacado de melancolias matinais
Como uma pálida donzela romântica de olhar baixo
Murmurando poemas frágeis de parcas linhas
À hora em que o mundo estremece e os cães se espreguiçam
E as galinhas se atordoam dos rumores amarelados
Que brotam dos prédios e ruas como flores de gelo
Como cercas e muros que assassinam usos velhos
O sol tem frio, o sol tem frio
Estirado em opiários de ginásios e modernidade
Em que se inventa a eficiência e a produtividade
No mundo descorado que é a natural cidade
Onde o cheio agreste se confunde com o vazio

Poema simples à beira do Inverno





Voga baixo o sol calado
Voa baixo e rubicundo
Vai tão fundo como o mundo
Cai no horizonte cansado

E o tempo fica parado
No olhar de quem o sente
O tempo não mais premente
No horizonte gelado

Além do vidro lavado
Da mesa e o café comprido
Do fumo azul desprendido
O dia queda hibernado

Um dia, o Inverno passado
O sol brilhará novamente
Na folha, na luz, na semente
Na roda do mundo acordado


Imagem de: www.allposters.com.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

O lobisomem





Ninguém quer nada com um rapaz diferente
Que percorre solitariamente as ruas
Às horas mortiças de pálidas luas
Quando os incautos dormem longamente

Ninguém quer nada com um rapaz soturno
Em contacto agreste com a natureza
Tímida e selvagem, feita de incerteza
Raio fulgurante sob o céu nocturno

E todos ignoram o seu uivo triste
O seu arranhar de portas e muros
O seu caminhar por becos escuros
Onde a raiva mora e a norma não existe

Também assim tantos percorrem vidas
Escondendo nas sombras a duplicidade
Num mundo aparente de normalidade
Em que com os iguais vão lambendo as feridas


Imagem de: www.home.no.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Dias de sol frio





Nos dias de sol frio da estação
Com a luz de olhar baixo no universo
As folhas indolentes pelo chão
E as nuvens como um rebanho disperso

Uma leve sensação recobre as ruas
De melancolia pelos dias breves
Em sombras lentas sobre as árvores nuas
E nas montanhas sobre as jovens neves

E surge então uma saudade intensa
De imagens coloridas em revistas
De textos descritivos na imprensa
De sons, aromas, texturas, conquistas

E segue o navegante vagas tais
Como teletransportes instantâneos
Que chega a portos, casas brancas, areais
E dias de esplendores mediterrâneos


Imagem de: www.etribes.com.
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