domingo, julho 31, 2011

Os Loucos de Deus


Por montes e vales e mares de sargaços
Postos em altares, feitos em estilhaços
Enfrentando os ventos em ermidas frias
Sós e enregelados por estradas vazias

Percorrendo espaços de imobilidades
Desertos adentro nas próprias cidades
Onde quer que existam, sempre tão distantes
Dos fluxos do tempo e dos seus semelhantes

Os Loucos de Deus pairam sobre o mundo
Sobre os que se movem no fundo do fundo
Escravos de si mesmos para a eternidade
Pelo lusco-fusco da auto-verdade

Imagem de:www.mesgrainsdesel.canalblog.com/.

DISCLAIMER: O autor do poema agradece a utilização da imagem, a qual considerou apropriada e expressiva. Tal não significa que trave algum tipo de luta religiosa e/ou se reveja na fonte da mesma, sendo que os poemas falam por si mesmos e as imagens servem apenas como auxiliares ilustrativos.

quarta-feira, julho 20, 2011

Tela mexicana


Eis Tenochtitlán, mero nome na memória vagueante
E Tulum, a cidadela à beira-mar
As iguanas e a sombra do jaguar
Todo o passado transformado num resort mutante

Tudo se vende em línguas vagas de Babel
As coronas dos subjugadores esquecidos
Os pesos dos escravos subvertidos
E o céu imenso, cor de azul-pastel

Escutam-se as aves, o resfolhado dos coqueiros
O saltitar tão minucioso nos relvados
E as borboletas nos seus bandos delicados
E ainda os jogos distantes dos bandoleiros

E tu aí, defronte a mim, o livro aberto
És mais que o México, és o que calcorreamos
Nos montes, vales, florestas que inventamos
O exotismo e a velha Europa, um porto certo


Imagem: Índios Maias em Tulum.
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