A anacrónica
Uns poucos metros quadrados
De terra e flores amarelas
Dissimulam um dos lados
De uma rua citadina
Como que cumprindo a sina
Visível de várias janelas
Da passagem da estação
À sombra de um avião
Que redesenha Hiroxima
A um canto da vedação
Anacrónica e feliz
Uma velha fita o chão
Coberta de trapos escuros
A muitas milhas dos muros
Quem sabe o que ela não diz?
É uma sombra iluminada
De uma existência passada
Que cede aquele espaço ao futuro
Imagem de: www.sscnet.ucla.edu.