Na caverna
A vida paira com a morte
Como a sorte com o azar
E o luar com a luz solar
Sul, leste, oeste e o norte
Nada imagino de nada
Ainda que imerso no lodo
Que não entendo de todo
Miragem entrelaçada
O que algo é, desconheço
Incapaz de compreender
Em cavernas de não ver
As alegorias que teço
Se existo? Devo existir
Na marca do próprio verso
No tempo e no seu reverso
No pensar com o sentir
Vivo no sono acordado
Como um ruído lá fora
Que se apressa e se demora
E que indica nenhum lado
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