Pegadas
O areal cobre-se de marcas em forquilha
Que a espuma varre no seu impressionismo
E, olhando o mar, olha-se o abismo
E, no interior do olhar, uma ténue ilha
Corre uma brisa, também varredora
Que desenha objetos aquém do horizonte
E os cardumes vagos vogam na fonte
Da musa esquecida em dias de outrora
O tempo ilumina e apaga e ilumina
A distância longa da náutica milha
E o clarão confuso numa nuvem fina
No fim, a moral do mural que trilha
É que cada dia se autodetermina
E o areal revela marcas em forquilha
Imagem de: The Independent