ai o tempo da bolacha araruta
Ai, o tempo da bolacha araruta!...
Os velhos, serenos, serões de província,
Os bons costumes, tirar o chapéu,
O ar tão puro, verde, florestal,
Os bonecos dos gelados e o que mais…
A Lei: mais física, menos financeira,
E os meninos sujos e descalços,
Ariscos e alegres garotos da rua,
Comendo um tubérculo em água fervida,
Olhando as estrelas por singelos tetos,
Passavam como os vultos passam – num espaço lateral.
E o espaço e o espaço-tempo
E todas as dimensões a cru numa só
Que é a diluição do encenador
Que é sempre o mesmo, muda a iluminação
Como o sol, sempre oito minutos passados
No tempo araruto, redondo e inexistente…
Imagem de: www.gourmet-at-home.com.