Coisa muito breve
A vida é um floco de neve
Breve nas estações
E as sensações é que fazem
Os que jazem e a alegria
Dos que vivem cada dia Imagem de: www.fototime.com.
Infinito breve
Há quem cale tudo, quem fale demais
Enigmas de cãs, vôos de colibri
E há tudo o que vejo e penso que vi
Entre as orações e equações iguais
Há as estações, belas e alternadas
Em tons divergentes, talvez naturais
E há sempre menos e há sempre mais
Nos cérebros, olhares, em vidas sonhadas
Mas de que adianta sentir o irreal
Com a noção difusa da realidade
Em partes unidas de fugacidade
Que o mundo é eterno, que o mundo é mortal?
Crianças saltando, velhos a morrer
Pelo mundo fora todos se apressam
E ontem, hoje e amanhã tropeçam
No infinito breve porque tem que ser Imagem de: http://i170photobucket.com.
Golpe de calor
O calor cresce como um véu de fumo
Fumo de um cigarro, esvai-se como a vida
E cresce, no entanto, será psicológico?
O tempo mental e o cronológico
O calor, uma nuvem densa e comprida,
Que embota os sentidos e lhes perde o rumo
Em tempos assim não há conclusões
Tudo se esborrata numa tela bruta
De um autor difuso e avesso à fama
E o corpo suplica movimento e cama
E a alma discorre entre a paz e a luta
A queda e a ascensão entre insolações Imagem de: www.jgossman.com (acrílico sobre tela de Joanne Gossman).
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