Agradeço a todos os mesquinhos, iníquos, invejosos,
Aos pequeninos, destrutivos, rancorosos,
Aos fanáticos, aos fundamentalistas,
Aos hipócritas, aos falsos moralistas,
Aos que nunca erram e tudo nos impõem
E sempre mandam, criticam, dispõem,
Aos portugueses deste tempo conturbado
Que humilde me querem, contente e calado
E tanto se irritam contra quem não lhes diz sim
Porque me dão força para acreditar em mim!
Três anos atrás, os portugueses deram a maioria absoluta à governação liderada por José Sócrates, supostamente socialista. De acordo com o balanço partidário que de vez em quando nos impingem, tudo terá corrido pelo melhor, todos os objectivos terão sido cumpridos e do que correu mal nem vale a pena falar, já que se trata de coisas de somenos importância. Vejamos: conseguimos mesmo descer o défice para os 3%! Que coragem, que determinação! Desde Salazar que não se via algo assim.Ah, mas somos nós que não temos capacidade para avaliar e que somos ingenuamente influenciados pelos perigosos comunistas! Um mérito, no entanto, devo reconhecer à actual governação: conseguiu, sem dúvida alguma, colocar os pequenos uns contra os outros, fazendo sobressair tudo o que de mais tacanho existe na alma nacional. Os grandes, os privilegiados, agradecem, claro... Porque tudo lhes passa ao lado e podem continuar a sorrir de satisfação. Como é fácil governar uma terra em que os escravos defendem a escravatura!
Imagem de http://clix.visao.pt.