Caixa negra
Quem mo disse? Alguém. As pessoas passam à velocidade da luz
E o que fica são partículas de palavras, misturadas com imagens e odores.
Tudo confundido, uma pessoa transforma-se em milhares
E é essa a esquizofrenia normal do mundo.
A minha caixa negra já mudou tanto de cor,
Tornou-se pequenina, ganhou tonalidades quentes,
Chega a parecer uma camisa havaiana num cartão postal com o mar ao fundo
E só se veste de negro, ocasionalmente, por questão de moda e feeling superficial.
Não sou um avião e voo menos do que já voei...
Excito-me menos mas sorrio mais
E tudo é natural como as ideias que se sucedem
Numa colagem excêntrica de filmes diferentes
Que ninguém entenderá, mas poderá receber louvores da crítica.
Viva a crítica, portanto! Viva Andy Warhol e só não quero passear com guarda-costas!
Quanto à minha caixa negra, a que agora é tão vivaz,
Transformou-se numa daquelas caixinhas de música da infância
Ao som das quais vos convido a dançar a noite inteira.
Caixas negras? Aviões? Têm o valor das citações.
Imagem de www.treasuresworldwide.com.
Poema de Joaquim Camarinha
2 Comments:
Obrigado, ó Diabinha! Ainda be que gostaste. Só um pedido: não lhe chames um "artigo"; é um poema (por acaso, de um heterónimo), não um artigo. ;)
Minha caixa negra nao tem fondo. È como a caixa de Pandora. Com a esperanca diseminada na rede da memoria colectiva.
Beijo.
Enviar um comentário
<< Home