quarta-feira, dezembro 21, 2005

Às voltas e em círculos como as formigas

Trago a linha de visão à roda
De tanto voltear dentro da cabeça
Sem meta nem linha de partida.
Estou, sinceramente, cheio de insultar desconhecidos
(na cabeça, onde não provoco brutamontes)
Pela simples razão de os ver às voltas
E me parecerem parados por também andar às voltas.
Ou então, pode ser que tudo tenha a ver muito simplesmente
Com uma história de cientistas às voltas com a física,
De cordas mais pequenas do que pequenos quarks,
De onze dimensões nos universos conhecidos
E de formigas que enquanto avançam
Talvez não avancem, ou sim, mas pareçam estar paradas
Por andarem às voltas e às voltas e às voltas...
Lembra-me o Vertigo do Hitchcock -
Esse é que era o deus das películas antigas,
Às voltas no projector e nas cabeças às escuras...



Imagem de www.harperlacey.com.

Poema de Joaquim Camarinha

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