segunda-feira, janeiro 02, 2006

Instantâneo

Dá-me o teu olhar surpreendido,
Assim, praticamente improvisado,
Os olhos num o de muda exclamação,
Os lábios discretamente ascendentes ao canto
E bamboleia levemente as ancas por instinto
Quando te olho, por acaso, quando passas.
Porque passas e eu estou parado...
E quando te olho, assim tão por acaso,
Ou por cultura, hábito e imagem
(Esse hábito que sublinha as feições dos feios e dos bonitos)
E quando te arrepias por dentro, surpreendida,
Chamas-me bonito e tornas-te bonita...
Mais do que bonita: gira.
Girando, quem quer que sejas e onde quer que vás.



Imagem de www.cinemasirens.com.

Poema de Joaquim Camarinha

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