Respirações
O ar vagamente sólido, árctico e desértico
Colava-se-me aos pulmões como um vírus,
Como as palavras se colam ao papel
E o papel se cola ao monitor,
Numa permanência aparente e fugaz.
Os átomos competiam movimentos
Nos olhos, nas narinas, ao longo da língua,
Nas mãos plenas de sensações neuronais,
Os átomos a moverem-se como fogos de artifício
E eu procurando o artífice e o fogo,
A chama colorida sempre um passo além de mim.
A respiração...
Dentro, fora, dentro, fora, o ritmo, o sexo,
O sonho tão agastantemente real
E o pavor do despertar...
Um deus sem nome acordou
E começou a sonhar respirar...
Imagem de www.listenforjoy.com.
Poema de Joaquim Camarinha
1 Comments:
Adoro as tuas respirações;)
Fico com...:)
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