segunda-feira, novembro 21, 2005

Buda urbano ocasional


Tantos olhares cruzados e vidas paralelas,
Tantos caminhos laterais, nunca o do meio,
E os olhares ali, sempre fugazes,
Ao lado das vidas sempre em linha recta...
"Olá!", diz alguém, do outro lado.
"Olá!", diz alguém. Mas não responde.
No centro do silêncio absurdo todos sufocam
E já ninguém fala nem ninguém replica,
Vejo-os a viver para projectos anulados
Porque a vida existe sempre em outra dimensão.
E buscam, sonâmbulos, os olhos cerrados,
Os risos precavidos, risos duvidosos,
Buscam o seu santo Graal, símbolos, ideias,
Mas o Graal é uma história velha de cavalaria
E santo é uma palavra surda, um som e nada mais...
Sou mais feliz porque cancelei todos os projectos.
Dei-lhes asas, ensinei-lhes a liberdade...
Voam à toa pelo cosmos e pelo contra-cosmos
E voltam, às vezes, para me dizer "olá!".



Imagem de www.ponyboyrecords.com.

Poema de Joaquim Camarinha

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá...olá...

10:17 da tarde  

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