quinta-feira, dezembro 15, 2005

Lua lunática e enfática

Que mundo tão belo, tão povoado de selenitas
Sempre aguardando a chegada de novos cosmonautas!
Uns especializam-se em rasgar fatos espaciais.
Uns aguardam para lhes ajeitar os colarinhos.
Uns surpreendem-se com o não-solipsismo do cosmos.
Uns indecidem-se eternamente:
Arrancar e coser ou coser e arrancar?
Quem diria que a lua, essa coisa bela dos amantes,
Estivesse assim tão plena de cérebros em autogestão?
E Deus, o Deus lunar, porque também lunar,
Deus, o multifacetado, o incompreensível, vivendo Ele na lua,
Mais vale plantar o solo de todas as bandeiras possíveis e impossíveis
E escrever em verso, prosa e texto dramático
O que os cientistas exprimem em fórmulas matemáticas...
A terra cheia de selenitas,
A lua cheia de Deus...
Batam-me palmas quando eu aterrar!
Batam-me palmas e cantem-me hinos!
Dispenso todos os julgamentos negativos...
Ilusão por ilusão, prefiro um sonho à minha medida.



Imagem de www.solarviews.com.

Poema de Joaquim Camarinha

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu gosto mesmo das tuas palavras.
Obrigada pelo poema.
Um beijo.

estou de férias.

8:21 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

advertising
advertising Counter