quarta-feira, dezembro 14, 2005

Dois poemas de amor

Fazem juras contra os muros,
Gravam corações em troncos,
Cantam como os passarinhos
E bebem raios de sol.
Ah, infância tormentosa,
Aves do paraíso,
Amando-se e odiando
Na árvore do esquecimento!
Certezas, eternidades,
Em muros, em troncos de árvores,
Em folhas, queimadas, rasgadas,
Em fotos, algures em gavetas...
E as letras decrescentes
Sob a lua curiosa
Como um eco de montanha:
Amor!
Mor!
Or!
Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

Há um só espaço à sombra dos planetas,
Magno e misterioso no que esconde, revela e promete,
Onde o sol reverbera em todos os sentidos,
Onde a chuva é morna, calmante e regeneradora,
Onde a terra é firme e cada torrão um lar,
Onde o vento me assobia o som primal aos ouvidos.
Um só local e todos os locais...
Um templo abarcante de onírico e real
Onde ambos são exactamente uma unidade,
Coisa, coisas, reflexo do divino,
Prisma óptico agudo de simplicidade,
Cristalinidade do amor...



Primeira imagem de www.drunkpenguin.com.

Poema de Joaquim Camarinha

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Belíssimos!

8:11 da tarde  

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