quarta-feira, março 22, 2006

Soneto menor


Há, nas penitenciárias, detidos
Com liberdade maior do que eu,
Que fantasiam sobre os tempos idos
E sonham com a luz que se segue ao breu.

Almas do mal ou apenas perdidas...
Que perdição será maior que a minha?
Se deixam o sol entrar-lhes nas vidas
E eu finjo apenas, com a mão que escrevinha!

Viver no cinismo, perder a esperança
Das ilusões que são puro oxigénio
É a prisão maior de quem contradança.

E o génio, o próprio génio, é de alguns só
(Todos prisioneiros sem evasão)
E nem meu sequer, pó antes do pó...



Imagem de www.skidmore.edu.

Poema de Joaquim Camarinha

2 Comments:

Blogger Lila Magritte said...

En el fondo, todos somos prisioneros tras la liberación o la huída.

12:16 da tarde  
Blogger Lila Díaz said...

Prisioneros sin evasión posible. Es verdad.

1:13 da manhã  

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