quarta-feira, março 15, 2006

É um universo em mutação!


Anda uma mente provocadora a afirmar que sou negro, cinzento e mais umas tonalidades, de que até gosto, por aí... Se me lesse a direito e não na transversal, problema eterno do escritor face a muitos dos seus leitores, saberia que se trata de uma generalização íntima por parte de quem não entendeu. O poema que hoje me apeteceu escrever não é negro. É azul, amarelo, vermelho, laranja e outras cores que a luz possa ter e adquirir. Não o escrevi para provar nada, como nunca faço aliás. É o que é, como eu sou o que sou.



Pego em pioneses e modelo atómos...
Fornos solares, água-mãe, terra-ama e o ar,
Fórmulas tão variadas, todas lá.
Sinto-me de regresso às aulas de físico-química,
O professor de lentes grossas a distribuir medíocres menos-menos-menos-menos,
As chamadas da Lapa, espelhos côncavos e convexos em queda livre...
De regresso, mas dentro delas, elas-eu sem mais
E o grande prazer de rodopiar átomos e moléculas
E sentir, mais do que saber, todas as fórmulas e raios de luz!
Faça o favor de indicar: como pode construir um oceano?
Simples, simples, simples, simples...
Junto agá dois a ó, somo-lhe eneá com cê-éle
E obtenho uma fossa das Marianas.
Belíssimos, todos os peixes com lampiões na cabeça!
Pouco importa se pretendem devorar-me...
Sou o grão-mestre dos pioneses!
Desmembro-os num só gesto,
Invento um vento
E, quem sabe, algum átomo
Com que crie um pionés.



Imagem de www.navo.hpc.mil.

Poema de Joaquim Camarinha

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Gostei muito. Afinal não és negro. És azul.Ou melhor, multicolor. Como a vida. Às vezes negra, outras azul, verde,...Não sei porquê, lembrei-me dos smarties...
Mente provocadora

6:37 da tarde  
Blogger Jorge Simões said...

Pois...

2:50 da manhã  

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