domingo, março 12, 2006

Vlad Dracul morreu


Ao longo de planícies empapadas de vermelho opaco,
Entre montanhas e subindo até aos picos,
Escutam-se ainda gemidos distantes,
Ranger de dentes, espadas silvantes, rebentamentos na noite.
No vasto deserto marciano onde explodem as artérias
Escondem-se serpentes no subsolo congelado,
Doseando a peçonha e afiando os dentes.
Milhões de empalados, de crucificados,
Que nunca renascerão após três dias...
A culpa ancestral envenena os corações
Enquanto os carrascos se sabem inocentes.
Vlad Dracul morreu, uma vez mais,
Talvez envenenado pelo sangue corrupto cerebral...
Porque há, então, ainda e sempre, sombras nocturnas incorpóreas,
Demónios gargalhando ao olhar a cruz,
Inclusive nas avenidas mais iluminadas do planeta?



Imagem de www.uaeprison.com.

Poema de Joaquim Camarinha

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