Dançando com os elementos
A varrer as ruas, a bater à porta,
Quando o bar mergulha no silêncio e na penumbra
E os ébrios partiram um por um
Para vomitar, para ter sexo, para dormir,
Alguns ainda, talvez, para chorar no escuro.
Gosto do gemer do vento
Da frontalidade do sol
Da arte barroca das nuvens
E das vastas extensões desertas
Porque a minha mente
Por vezes
É, também ela, uma extensão deserta.
E é nos desertos que posso ser serpente, escorpião,
Eu mesmo e oásis em mim.
O vento sussurra-me ao ouvido todos os segredos das estrelas
E quando fecho os olhos e bebo o último copo de um trago
É como se todos os elementos me fecundassem a alma
No único gesto possível de amor verdadeiro:
Solitário, ocasional e inesperado.
Imagem de http://members.lycos.nl/rudedski/wallpapers.html.
Poema de Joaquim Camarinha
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home