Cinema vivo
Ouço na cabeça velhos gira-discos
E tudo me rodeia como um filme intruso
Um filme bizarro, surreal, obtuso
E música coberta de poeira e riscos
Tantos figurantes sem rosto nem idade
Falas que proferem mecanicamente
Gestos que repetem maniacamente
Tudo tão confuso na normalidade
Ouço apenas sons vagos de ondas contra a areia
Vejo apenas formas e cores misturadas
E as vidas de todos, todas tão quebradas
Perdidas nos palcos e eu na plateia
Sou um passageiro, espectador ausente
Preso a uma cadeira, condenado a olhar
Que enquanto eles partem estou sempre a filmar
E baralho tudo no tempo presente
Imagem de: http://sesantos.com.ph.
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