O tempo
O tempo esgueirava-se por sob as frinchas das portas
Sumia-se pelos ralos estreitos e negros das pias
Fugia nas asas grandes de um pássaro de fogo irreal
Todo o tempo consumido pela imperenidade
Os fantasmas do passado à espreita sobre o ombro esguio
Exclamando ordens inaudíveis sobre o ombro fugidio
E os fantasmas do presente e da chuva de incerteza
A enxurrada de luz do dilúvio ao regadio
Os fantasmas do futuro, sempre ausentes, os fantasmas
Em filas tão alongadas construindo a congruência
E o tempo que se esfiapa nas areias do deserto
As areias movediças desse tempo inconstante
O tempo consolidado como uma célula mutante
Imagem de: www.masterworksartgallery.com (tela de Johann Heinrich Schonfeld).
2 Comments:
Gosto do seu blog.I estou à espera de seus novos cargos.
Uma visita da Roménia é incomum! Obrigado.
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