quinta-feira, abril 16, 2009

O tempo





O tempo esgueirava-se por sob as frinchas das portas
Sumia-se pelos ralos estreitos e negros das pias
Fugia nas asas grandes de um pássaro de fogo irreal
Todo o tempo consumido pela imperenidade
Os fantasmas do passado à espreita sobre o ombro esguio
Exclamando ordens inaudíveis sobre o ombro fugidio
E os fantasmas do presente e da chuva de incerteza
A enxurrada de luz do dilúvio ao regadio
Os fantasmas do futuro, sempre ausentes, os fantasmas
Em filas tão alongadas construindo a congruência
E o tempo que se esfiapa nas areias do deserto
As areias movediças desse tempo inconstante
O tempo consolidado como uma célula mutante


Imagem de: www.masterworksartgallery.com (tela de Johann Heinrich Schonfeld).

2 Comments:

Blogger dyanna said...

Gosto do seu blog.I estou à espera de seus novos cargos.

1:07 da tarde  
Blogger Jorge Simões said...

Uma visita da Roménia é incomum! Obrigado.

3:29 da tarde  

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