Águas de Abril
Os anjos derramam tal tristeza
Feita de alucinações, condensações
Que em plena tarde e também aos serões
Se faz um mar sem fundo a natureza
Chovem nos jardins árvores curvadas
Ao peso dessas lágrimas tão duras
E o sol aprisionado nas alturas
Divaga em amplas solidões caladas
O passaredo abriga-se do vento
Num da capo fortíssimo e pausado
Como um tempo gasto entrecortado
Como um filme mudo em pensamento
Deixem-me dormir e acordar
Ao fundo deste Abril tradicional
Ao som de uma romaria estival
Ao brilho de ondas mornas de outro mar
Imagem de: www.news.wisc.edu.
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