Abril morreu doente
Escrevo numa folha manchada
Uma escrita tão contaminada
Que nos macula os sentidos
Nos dias cansados, perdidos
Das miragens repetidas
Das promessas incumpridas
E a escrita desfaz-se em nada
E não há rua nem estrada
Que nos conduza a bom porto
O sonho já nasceu torto
A liberdade omitida
A igualdade subvertida
A justiça escarnecida
E o povo de olhos vendados
E os dias amordaçados
E Abril morreu doente
E vírus rima com gente
Imagem de: www.unknown-days.com.
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