Pobre peregrino
O mundo cobre-se de gelo fino
E ai de quem sobre ele avança
Pobre viajante, pobre peregrino
Cumprindo promessas, cego de esperança
A intempérie pouco deixa vislumbrar
Feita de miragens, vida incoerente
E sabe que algures, sobre algum altar
O aguardam novas cruzes de sangue corrente
Partiu-se-lhe a bússola, perdeu o caminho
Estala o gelo cru, tem que se apressar
E onde quer que chegue está sempre sozinho
Num mundo sem metas, sempre a continuar
Pobre do migrante enredado em teias
Sem fé que lhe valha no surdo planeta
Longe das lareiras e das mesas cheias
À força um guerreiro, à força um asceta
Imagem de:www.jchristophergalleries.com.
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