O polvo
Escondido entre as rochas do fundo
Com os longos braços bamboleando
Ele sente-se o senhor do mundo
Agindo discreto, as intenções calando
Observa suspenso os peixes nadando
Felizes ou só vogando na vida
E, paciente, segue aguardando
O momento certo para a investida
De súbito surge e lança a fuligem
De frio negrume e discurso vão
E a vítima incauta, envolta em vertigem
Mergulha num poço, todo confusão
Quem resistirá ao seu esmagamento
À voracidade dessa natureza?
Que Judas se esconde a cada momento
Nos doces sorrisos que medem a presa?
Tanta predação nem o douto Vieira
Podia antever para Portugal
Quase todos peixes numa frigideira
Em que o dito bem sabe sempre mal
Imagem de: www.paullesch.com.
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