Do olhar
Quem mais dorme assim, de olhos abertos,
Como eu, de olhos abertos a dormir,
Abertos, escancarados, ou túmulos selados
De pedra íntima, gélida, calada e secreta
Onde ninguém saberia penetrar impune,
Salvo eu mesmo - e nem eu mesmo - às negras badaladas,
Eu, sorvendo sequioso a minha hemoglobina,
Esse rio rubro que corrói a alma
Em metamorfoses tristes e empastadas,
Linhas tão correctas de um DNA indecifrável?
Sou a assombração privada do meu ser
E só assusto de morte e fatalidade
Os morcegos silenciosos que vivem pendurados
No olhar que guardo atrás do olhar
Do olhar do olhar do olhar do olhar...
Imagem de www.outdoorinasia.com.
1 Comments:
Do olhar...no saber olhar.
Beijinho enorme*
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