Anjos e pecados
Nunca fui e não conto vir a ser,
Que nunca sequer fui pressionado para o ser
E que vou a Roma pelas ruínas romanas,
Trago sempre um fantasma à minha frente
A cerca de um metro do meu campo de imaginação,
Vestido de branco etéreo da cabeça aos pés
(E o branco é, para mim, o vazio absoluto)
De dedo em riste, acusatório e censor...
Pecaste! Pecas! És um poço de pecado!
Pecados... Culpa de coisa nenhuma.
E as colunas absurdamente gigantescas da Basílica de Pedro
Continuamente se abatem e me esmagam
Sob o peso dos séculos e das fogueiras...
Imagem de http://artsales.com (tela de Yoshitishi Taiso: 1839-1892)
Poema de Joaquim Camarinha
1 Comments:
Oi, tenho adorado os teus poemas que acho que têm muito sentimento e ainda humor. Muito bem! Heterónimos, pensei que só o Pessoa é que conseguia mas acho que me enganei... Beijinho de uma fã! :)
Enviar um comentário
<< Home