Que zumbido, este zumbido!
Como zumbem, como zoam
Como zá-zé-zi-zó-zu!
Tenho pilhas de palavras a entupir-me a memória
Os zumbidos contra os copos, as mesas e as paredes
Sempre o jogo e a conversa
Dêem-me vinte aspirinas!
Talvez eu seja arrogante
Ou algo mesmo muito mau
Algo só reservado para alguém inominável...
Melhor, muito melhor, pois dispenso toda a gente!
De dia, tenho o café e os cigarros
Os livros e o computador...
À noite, sempre tenho cuba livre para me embutir os sentidos...
E posso viver a dormir vinte e quatro horas por dia...
Sou quase São Joaquim!
Quando tudo se acabar e só me restar o zumbido
Ponho um fim rápido à coisa
E vou em silêncio sorrir
Para os prados do repouso.
Imagem de http://radio.weblogs.com.
Poema de Joaquim Camarinha
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