sábado, setembro 17, 2005

O Vazio



Quando fazemos algo bem, cumprimos a nossa obrigação
E quando erramos somos punidos com o fogo da inquisição.

Procurei explicar o meu caso
(sem contratar advogado, é certo)
A Deus com todos os seus nomes
De todas as seitas e religiões,
Falei com os espíritos dos mortos,
Com os anjos, com os totéms animais,
Com o universo inteiro, vivo e inerte,
Com os orixás, com os deuses da Antiguidade,
Com os extraterrestres, com Freud e Carl Jung,
Dirigi-me até ao meu eu profundo
Com pêndulos, cartas, meditações e o que calhasse,
Tentei inclusive falar com Satanás...

Nada existe. Ninguém. Coisa nenhuma.

E continuo com um buraco no lugar da alma.

Rezei vinte e um terços e adormeci a meio...
O sono, pelo menos, é bom e silencioso.
Dêem-me ópio, o deus verdadeiro, talvez...
Quero diluir-me e iluminar-me na escuridão.
Poema de Joaquim Camarinha
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