terça-feira, setembro 21, 2021

Viagem


 
Vou partir num sopro leve até ao topo do Evereste
E sentir o vento frio nas praças de Budapeste
Beber uma piña colada nalguma estrada cubana
Enquanto deslizo com o Nilo até à selva africana
Juntar-me a ti no areal tão longo de Porto Santo
E chegar à Terra Santa escutando rumores de Esperanto
Atravessar a Austrália inteira e aterrar em Pequim
Num deserto de saguaros onde o céu cai sobre mim
Embrenhar-me nas ruínas de mil civilizações
Onde o tempo é sempre ameno e a brisa trauteia canções
Ver o barroco do sul e calcorrear as pampas
Até às falésias geladas desenhadas como estampas
Tombar em hipotermia num estranho sonho que diz
Que partilho um absinto com Hemingway em Paris
Jantar opulentamente à mesa de um marajá
E despertar sorridente no azul do meu sofá

Imagem de: emotionportugal.com

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