Entrega
Creio que o Senhor tem os seus caminhos
Por entre desertos e florestas densas
Galáxias de luz, negridões extensas
Cidades terrestres cobertas de espinhos
Creio mal valer o que possa crer
Nervos diluídos de ordens neuronais
Ora aqui felizes, ora ali fatais
Embrulhado em sonhos, tenso de viver
Deveria, acho, entregar-me inteiro
Ao que aparenta, que talvez exista
E ser satisfeito, sem pontos de vista
Mero grão de areia, sereno cordeiro
Aceitar o espinho que nasce com a rosa
Pois é natural, só eu o não sou
Cortar a raiz que se ressecou
Regar-me de paz doce ou ardorosa
Imagem de: Wikipedia
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