Filipe
Partiste
cedo e a 54 à hora
Numa
motorizada quase sem um raio
Num quase
triciclo quase inexistente
A caminho
de uma feira onde venderás
Certamente
uma pulseira a cada anjo.
Partiste
noutro tempo já inimaginável
Num raio
de luz intemporal
Bebendo
cai-bens, bem humorado
Com o
sorriso de calcorrear a liberdade…
Dizem que
estavas anafado,
Que o
stress te tinha roubado a vida,
Que
reagias mal a quem te prevenia,
Que
corrias, te enervavas, rabujavas…
Custa-me a
entender como te podem ter mudado,
Os que
mandam, orgulhosos, cães-polícias,
Os
políticos em todas as aceções,
Os que
mandam em todas as direções
Raios de
Zeus podres como o Hades.
Eu vejo-te
como então te via…
Entramos, agora, num pomar alheio,
Limpamos
uma maçã à ganga coçada
De tempos
tão diferentes, comestíveis
E, jovens,
criamos cachimbos de cana,
De
festa em festa quando o verão era verão,
Tendas de
índios, explorações,
Mundos vastos, imaginações
E
culminamos numa eterna gargalhada.
Imagem de: www.andorinhas.planetaclix.pt
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