Cão amarelo notívago
Passa
das duas, junto da estrada, sob o céu nublado
Um
cão amarelo ergue-se em vigia no tempo parado
Um
abandonado que ladra, por vezes, ao carro passante
E
se quiser, sem ordens de alguém, solta-se uivante
À
hora tardia, o ser pensante dorme um sono perturbado
De
quem segue as regras (dormir inclusive)
Sempre
esteirado num leve declive
Que
o acorda vago e sobressaltado
Outros
fumam, bebem, conversam pela noite calada
Não
sonham ainda os seus pesadelos
Que
caem como granizo grosso eriçando os pelos
E
não sabem também da sentinela serena na estrada
Quão
mais luminosa não seria a noite (e os dias singelos)
Se
mais povoada fosse de lúcidos cães amarelos!
Imagem de: www.fireflyforest.net
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