domingo, março 09, 2014

Os sinos da minha aldeia


Os sinos da minha aldeia
Badalam sempre a finados
Se falo na minha aldeia
Não é por querer copiar
Quem melhor soube cantar
À luz crua a mesma ideia –
Estamos apenas cruzados.
À luz crua da igreja
Com os sinos sempre a dobrarem
E os habitués a cantarem
Há a mesquinhez que sobeja
Mundo fora, para quem veja
A ignorância persistente
Quer do ateu, quer do crente.
Vivem na aldeia gigante
Afogados em certezas
Sentam-se em redor das mesas
Senhores de cada instante
Ignorantes da noção
De que um dia partirão.

Imagem de: www.romulogondim.com.br
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