Jovens
Recordo dispersamente esses jovens que se criam
Como cascas de cebola difíceis de separar
Do que se afirmavam, pequenos balões no ar
Estúpidos burgueses, nobres de alma, populares que anteviam
Uma vida toda lisa, sempre igual às suas crenças
Como corações-linhas retas em salas de hospitais
Eu achava apenas algo e eles que sabiam mais
Do que jamais poderiam: metamorfoses, doenças
Sei de poucos hoje em dia, tantos deles se ficaram
E isso pouco me importa, a presença é sempre vaga
Como a ideia incerta e lunar que se apaga
Ao mínimo gesto igual dos que se acham como acharam
Imagem de: eoasga.org
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