quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Os mortos recorrentes





Caem intercaladamente o granizo e o sol débil
E dói vagamente a cabeça como uma vida démodée
Olhando a gorda jovem vestida de rebeldia em pano grosso
Lembrei-me de Mama Cass Elliot e de todos os mortos
A lista sempre incompleta em gira-discos quebrados
Grafonolas poeirentas em antiquários descuidados
Jim, Janis, Jimi, Ian, Kurt em páginas amarelas do Além
Enquanto rolo num carro emprestado com a pior brecagem do mundo
Mama Cass fala-me de sonhos sempre à beira do abismo
Sonhos recorrentes como vinis riscados que nunca ninguém aprende
Roupagens de anacronia do tempo que não se entende
E a gorda jovem rebelde ignora os dias passados
Ninguém quer saber dos mortos nem da chuva nos telhados

2 Comments:

Blogger Maria P. said...

São vinis riscados...
Gostei.

Beijinho, neste regresso, calmo...

9:12 da tarde  
Blogger Jorge Simões said...

Obrigado pela visita. Que regresses, sim, e bem. :)

2:43 da manhã  

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