Tempo de crise
Frio, sol, chuva, granizo, o céu todo num só dia
Cai em trambolhões sonoros e já ninguém o estranha
É tempo de crise dura e da mais fina ironia
Se o tempo varia assim numa abundância tamanha
A dona deste café já não teme a trovoada
Nem os discursos ocos que inundam a televisão
Chama-lhes fala-baratos e diz já não crer em nada
Parecem todos santolas com a casca a arrastar no chão
E o vento sopra que sopra e arrasta tudo à passagem
E os alegres manda-chuvas traçam previsões forjadas
É um deserto molhado por uma estranha miragem
Que é toda jogo de espelhos e crise de almas caladas
Imagem de: www.planetapesca.com.
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