O silêncio
O silêncio é de ecos feito
Silêncio, êncio-êncio, cio
Que ocupa o espaço vazio
Dos pensamentos a eito
Como catedrais imensas
Com lápides tumulares
E gárgulas nos espaldares
Desenhando sombras tensas
Como planaltos de neves
Com raios de sol cegantes
Abraçando os viajantes
Em avalanches breves
Como ruínas inglórias
Com móveis cobertos de panos
E aranhas tecendo os anos
E o som seco das memórias
Como fotos do passado
E roupas que o tempo esgaça
Carcomidas pela traça
Em preto e branco pesado
O silêncio é comprido
Fantasma ensurdecedor
Que ocupa o ódio e o amor
E a tudo nega o sentido
Imagem de: www.mouscrou.be (tela de Pierre Marechal).
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