Saudade ou nostalgia?
As línguas vibram à sombra do planeta...
Tocam-se, por vezes, sem que se penetrem,
E só se compreendem no espaço mítico do sonho.
É por isso que há artistas e tradutores,
É essa a razão dos paraísos artificiais.
As línguas movem-se em sonoridades desconexas,
Querem falar, instintivamente, do que desconhecem:
O gosto do animal não abatido,
O passear-se às cavalitas do leão...
Emaranham-se no crescendo das palavras,
Tornam-se a teia sem jamais serem a aranha.
Saudade ou nostalgia?
Diariamente, as línguas calam e golpeiam
Por serem incapazes de se definir.
Imagem de www.flickr.com (fotografia de True Bavarian).
1 Comments:
Gran poema. Una lengua que traduce a otra y absorbe su sentido como quien comparte un sueño.
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