Poema do desamor apátrida
BAÚ DE MEMÓRIAS
Flirtando ausências sólidas ao lado
No poço cá do espelho, feito um destroço
Estatelado contra as costas corcundas
De um velho magro, de ideias fundas
"Tenho oitocentos anos", diz
E quem te quer descrer? Bon... Well...
E crescem-lhe verrugas no nariz
Quando inventa Adamastores de papel
Sólida tristeza traz no dorso
Feita infantilidade, dor e esforço
O gigantone anão, o carregador
De vagas emoções de desamor
E eu flirto só comigo e só com ele
Ardendo na fogueira que me assa a pele
16 de Fevereiro de 1996
Imagem de www.educom.pt (original: retrato de Camões).
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