Bluffart nº 2
Encontro-me submerso numa maré cheia de tristes obras de arte,
Que nem tristes são, por só conhecerem a tristeza dos dicionários,
Obras-primas do calaceirismo, pós-calaceirismo,
Pré-calaceirismo talvez, na mais triste hipótese...
Coisas que me anestesiam os sentidos
Como a música que chega a rastejar do elevador.
Ou talvez não sejam tristes mas alegres,
Ou vice-versa para quem quiser, que sei eu?
São obras de arte tristes e alegres porque relativas como tudo o mais...
Eu próprio não tenho certezas. E como poderia ter?
Os críticos ufanam-se na procura ufanadora do novo
Em que o novo vibra de espanto face à absoluta incompetência do passado...
Diletância, diletância, absoluto-relativo, e quem tem algo a acrescer?
É um universo Einsteiniano em que minhocas jogam com dados viciados.
Poema de Joaquim Camarinha
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