Maldição do pensar
Ninguém sente a dor de nenhum moribundo
Não mais do que o gato que rosna na rua
Quem morreu vestido, a criança nua
A quem botifarras puxaram ao fundo
Movediça areia, liça do pensar
Ou sentir ou estar ou só existir
O medo e a dor, mas para quê sentir
Essa maldição, esse acreditar
Tradição, traição, a espada a pairar
Na próxima entrada de um carro imbecil
No próximo insulto, movimento hostil
Nessa fuga em frente, árdua de calar
Maldito pensar, vaga consciência
Do corpo que dói, da taquicardia
Da mente confusa, da dúvida fria
Criminoso ser da inconsistência
Imagem de: Vecteezy
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