Mundos perdidos
Os figos secaram nos montes
Tudo está recauchutado
Casas novas, sem sobrado
Fontes novas, novas fontes
Esvaziou-se o passado
Talvez por só existir
Na ilusão do sentir
Na verdade, em nenhum lado
O terreiro que é de terra
Foi coberto de alcatrão
E os carros de bois não vão
Aos campos, perto da serra
Bicicleta, roda em estradas
Em mil circunvoluções
Como pipas e bidões
A embater contra nadas
As coisas são o que não são
O tempo e o espaço a cair
Na curva do mundo a ruir
No vácuo da impressão
E os pomares são privados
E já ninguém se conhece
Onde o progresso estremece
E os sinos não tocam nos adros
Imagem de: UNU.pt
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