sexta-feira, março 01, 2019

Memória de uma tarde no parque


Um abraço ao José Pascoal que simpaticamente me convidou para participar na Gazeta De Poesia Inédita com um poema, obviamente, inédito. Agora que já está publicado e que já não é inédito, acrescento-o aqui.

Foi há muito, muito tempo
Tanto tempo já e o vento
Todo ausente, vento que não há
Nada sob o céu, nada salvo o sol
E um papagaio palrante na larga gaiola
E, num galho abstrato, algum rouxinol
Foi há tempo, nós os três, memória
Num pequeno parque citadino, a história
Tanto tempo já que a visão se turva
Inocentes que éramos, no reflexo
Verde, vibração em folhas tão tenras
Um beijo, um gelado, um caminho andado
As mãos dadas, firmes, livres, despojadas
Luminosidade plena em cada passada
Amor, alegria viva na tarde dourada
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