Sinto pena das crianças
Sinto uma pena imensa das crianças enjauladas
Em parques naturais, com bilhete e com porteiro
Pai, não posso aproximar-me porque aquele pássaro pica
O que é aquele animal, uma cabra, o pai explica
Os animais espreitam pelas frechas apertadas
E os meninos sorriem um sorriso prisioneiro
Vejo-me numa tina, no meu banho semanal
Coberto do pó grosseiro que os carros de bois arrastam
As mulheres com os cântaros na cabeça a equilibrar
Os homens com as sacholas e os copos a esvaziar
Jogando cartas à noite num café artesanal
E em manhãs de fino orvalho as ovelhinhas que pastam
Sinto uma pena triste dos servos da organização
Que buscam a natureza em áreas de supermercados
Com as vidas penhoradas e dogmas do que é salutar
E as crianças controladas, fingindo que estão a brincar
E os parques naturais com o cimento rente ao chão
E os animais curiosos, os animais libertados
Imagem de: www.innovativechildrenstherapy.com.
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